25 dezembro 2013

Backpack

Sua vida estava uma tremenda confusão, quando ela chegou, “eu venho em paz” declarou, o fazendo abriga-la e alimenta-la com seu amor. Os dias foram se passando, e a cada manhã ele percebia que estava se apegando cada vez mais, ela tinha se tornado sua melhor amiga, já não sabia como seria sozinho.

“Fique aqui para sempre” ele pedia, mas ela estava curada, pronta para encarar o mundo lá fora, “eu não posso ficar aqui para sempre” ela dizia, numa tentativa falha de se explicar. Ela queria o mundo, e ele temia que todos soubessem que eles ainda viviam. “Eles vão querer descobrir seus segredos, os nossos segredos.”

Queria guardá-la em sua mochila e poder a carregar para todos os lugares, protege-la de todos, o mundo é cruel, e ela sensível, como um bichinho desconhecido, um ET. De outro mundo, essa era única explicação para o sentimento que eles tinham, forte demais para ser entendido pelos meros mortais que preferiam julgar, ao invés de entender, jugavam como se entendessem por que o eles passavam.

Entrou em sua nave e se foi... voltou para o mundo, para o foco, e o deixou ali, sem norte, sem motivos para sorrir, sem ela. Olhando para o céu, ele soube, ela sempre seria uma das estrelinhas brilhando, o seu sorria para ele, era o sorriso dela. Ela poderia não estar em sua “mochila”, mas de qualquer forma essa sempre estaria cheia, com seu amor. Por que ele tinha essa mania, amar de mais, amar como se ama em um mundo desconhecido pelos que preferiam admirar flashes à estrelas.  


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